Percebendo o “yugên” (iuguem) – a beleza sutil e misteriosa – e a estrutura tradicional do Teatro Nô, o diretor Tiago Luz e o elnco do GTT utilizaram alguns de seus elementos internos e externos na pesquisa de uma possível nova linguagem de encenação.
Conceitos rígidos como o de espaço-tempo “Ma”, o de progressão “Jo – Ha – Kiu”, (Djô – Rá – Kiu) e de “Suri-ashi” – pés deslizantes, foram estudados e adaptados dentro de uma proposta de flexibilização.
Elementos externos do Nô – cenário, iluminação e figurino, foram trabalhados e transformados para a nossa realidade. Também o texto (argumento), foi trabalhado e desenvolvido com o intuito de trazer à luz da discussão, questões atuais como a relação homem/natureza e a preservação da vida.
O silêncio, o vazio, o simples, porém expressivo, fazem parte deste trabalho, conduzindo-nos para um caminho duro, uma vez que estamos acostumados ao barulho, à quantidade. Todos em busca de soluções mágicas.
Estamos inseridos num mundo caótico, doente, cuja natureza reflete nossas ações e sentimentos. É preciso parar, ouvir, perceber e entender, de fato, qual é o possível caminho da cura.
Sinópse
O espetáculo mostra a história de um viajante em busca de algum remédio que possa curar a doença de sua mãe, evitando, assim, a sua morte.
Acaba chegando numa província onde dizem ter um rio cuja água é milagrosa. O rio, porém, está seco, e ele é escolhido pelos moradores para subir a montanha e descobrir o que se passa com a nascente do rio.
Na montanha, junto à nascente, ele encontra um menino que também deseja ver sua mãe salva.
A surpresa vem do diálogo entre eles: alertas e revelações que possibilitam a ambos, renovar a vida daquela que lhes deu a vida.
Ficha Técnica:
Texto e direção: Tiago Luz
Iluminação Stefano Carnevalli
Sonoplastia: Érico Gomes
Elenco:
Marcelo Porqueres
Erico Gomes
Tiago Luz
Wesley Soares